Luto e Morte
O luto é o estado de angústia que se segue após uma grande perda. É um processo sentimental experimentado não apenas diante da morte, mas também quando há uma privação de grande importância emocional. A característica inicial do processo de luto são as relembranças da perda, aliada ao sentimento de tristeza e choro seguido de consolação. Porém o processo evolui, as lembranças são intercaladas com cenas agradáveis e desagradáveis, sem necessariamente tristeza e choro, surpresa, sentimento de raiva, hostilidade, reclusão e ansiedade. Sensações físicas como vazio no estômago e aperto no peito também podem ocorrer, bem como interferências na vida social ou emocional. O primeiro ano após a perda é normalmente o mais difícil, mas o processo do luto pode durar mais ou menos tempo variando de pessoa para pessoa. O processo de luto normal dura em média 12 meses e em geral apresenta 3 etapas que normalmente seguem a seguinte ordem: choque, preocupação com o falecido e aceitação. As características sintomáticas mais comuns são semelhantes a depressão, mas fazem parte do processo. O luto torna-se um problema emocional quando o indivíduo não consegue superar essa fase pós-perda e entra no chamado luto patológico ou complicado, ou seja, um luto que não passa. O luto complicado é mais comum em pessoas que perderam entes queridos de forma abrupta em acidentes, tragédias, suicídio ou morte precoce de um filho. Quando o luto complicado acontece, todo pensamento e ato do enlutado é associado à perda, a pessoa não consegue se desligar e lidar com o ocorrido. Além de tudo, o indivíduo pode apresentar ideação de morte para substituir o ente que morreu por ele próprio ou querer morrer junto, lentificação psicomotora persistente, desvalorização da morte e da perda, perda significativa do pragmatismo e alucinações relacionadas ou não ao que foi perdido. O enlutado crônico precisa ser ouvido e tratado para conseguir processar a perda e seguir adiante.